MP implanta biodigestor-modelo em casa de farinha no Recôncavo

MP implanta biodigestor-modelo em casa de farinha no Recôncavo

Como parte de um projeto que pretende legalizar todas as casas de farinha da região de Santo Antônio de Jesus, o Ministério Público, por meio da Promotoria Regional Ambiental do Recôncavo Sul, coordenada pelo promotor de Justiça Julimar Barreto Ferreira, implementou e inaugurou ontem, dia 6, um biodigestor-modelo.

Como parte de um projeto que pretende legalizar todas as casas de farinha da região de Santo Antônio de Jesus, o Ministério Público, por meio da Promotoria Regional Ambiental do Recôncavo Sul, coordenada pelo promotor de Justiça Julimar Barreto Ferreira, implementou e inaugurou ontem, dia 6, um biodigestor-modelo. O equipamento receberá a água de manipuera de duas casas de farinha localizadas próximas à cidade de Varzedo. A água de manipuera, obtida após se espremer a mandioca para produzir a farinha, é altamente tóxica e possui cianeto na sua composição. Para se ter uma ideia do impacto do descarte indevido, o promotor de Justiça explica que uma casa de farinha pequena pode poluir o equivalente aos detritos orgânicos de aproximadamente 500 pessoas. “Essa iniciativa pretende criar uma alternativa para que as casa de farinha da região não degradem mais o meio ambiente, lançando in-natura a água de manipuera no solo ou em cursos d'água”, frisou Julimar Barreto.

Desenvolvido pelo MP em parceria com a Prefeitura Municipal de Varzedo e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o projeto é pioneiro no Brasil e pretende utilizar a água de manipuera como adubo de solo, defensivo agrícola e alimentação animal, sempre após o devido tratamento. Além de evitar o lançamento da água de manipuera in-natura, o projeto irá possibilitar a utilização do gás metano produzido na queima no forno, com economia para o dono do empreendimento de cerca de 30% de lenha. Segundo as secretarias municipais de Agricultura, a região tem cerca de 500 casas de farinha. “Essas casas precisam ser legalizadas, tanto em relação à água de manipuera, quanto em relação ao consumo de lenha”, destacou o promotor de Justiça, acrescentando que várias casas já foram autuadas e multadas por isso. Há cerca de dois anos, o MP vem desenvolvendo esse trabalho, por meio de reuniões, inspeções e convocação dos órgãos parceiros. Segundo Julimar Barreto, o próximo passo é a criação de um grupo de trabalho para orientar os proprietários e realizar novas inspeções.

www.jequitinhonhanews.com.br/ Cecom MP 

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